ONU investiga denúncias de abusos sexuais envolvendo integrantes da Minustah no Haiti

A Minustah é comandada por militares brasileiros. Até agora não se sabe de que países seriam os acusados, mas uma Comissão de Investigação haitiana, há “má conduta dos capacetes azuis”
REDAÇÃO ÉPOCA, COM AGÊNCIA BRASIL

A Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah), encabeçada por militares brasileiros praticamente desde sua criação, confirmou que há investigações sobre as denúncias de abusos sexuais de crianças envolvendo militares que integram as tropas no país. A denúncia foi feita pela Comissão de Investigação para o Desenvolvimento e Organização de Port Salut.

Alguns integrantes da Minustah teriam entrado em contato com autoridades do governo haitiano e realizado a denúncia contra seus colegas. Segundo a Comissão de Port Salut, existe “má conduta dos capacetes azuis” – expressão utilizada para identificar os integrantes das forças de paz que atuam no haiti -, embora, até o momento, ninguém tenha sido indiciado.

“Há militares envolvidos na prostituição de crianças desfavorecidas, com quem mantêm relações sexuais”, afirmou o representante da Comissão, Emso Valentin. As denúncias,porém, não comprovam se os militares envolvidos são cidadãos do Brasil ou de outros países que fazem parte da Minustah.

“O pior é que tiram fotografias das crianças nuas com os seus telefones [celulares] para mostrar a outros militares”, disse Valentin. “[Há militares] que têm fumado maconha na presença de menores”.

O Haiti é país mais pobre das Américas. Desde 12 de janeiro de 2010, as autoridades haitianas com ajuda da comunidade internacional, tentam reconstruir a região que foi devastada por um terremoto. Os tremores de terra foram responsáveis por cerca de 220 mil mortes, além de destruírem prédios públicos e privados, e provocarem uma desorganização geral na região.

A crise se agravou ainda mais com a epidemia de cólera que tomou conta do Haiti. Até hoje as autoridades do país tentam controlar a doença. Recentemente, organizações não governamentais informaram que aumentou o número de casos de pessoas que passam fome em cidades haitianas.

Fonte: revista Época

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